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quarta-feira, maio 10, 2006

Capítulo 21

Capítulo 21 - Conclusão.

43. Discorremos longanimente e talvez já há tempo conseguimos convencer sobre o que queríamos; falamos tanto às inteligências esclarecidas como às rudes, para as quais mesmo o que é demasiado não é suficiente. Mas perdoem-me, pois esta nova questão obrigou-nos a isso. Como provamos em opúsculos anteriores com testemunhos assaz idôneos que mesmo a fé é dom de Deus, deu-se o caso de encontrar opositores a este ensinamento, os quais afirmam que os testemunhos têm força para provar ser dom de Deus o crescimento na fé. O início da fé, porém, dizem eles, pelo qual se chega a crer em Cristo, depende do ser humano e não é dom de Deus. Deus o exige previamente para que com seu merecimento alcancem as demais coisas que são dons de Deus. Nenhuma delas é concessão gratuita, embora admitam nelas a existência da graça de Deus, que é sempre gratuita.
Percebeis o absurdo desta doutrina e por isso insistimos, conforme nos foi possível, em mostrar que o próprio começo da fé é dom de Deus. Se o fizemos com mais extensão que a desejada por aqueles para os quais escrevemos, resignamo-nos a ser repreendidos por eles contanto que confessem que alcançamos nosso objetivo, embora tenhamos sido mais prolixos do que desejávamos, motivando aborrecimento e tédio aos inteligentes. Isto quer dizer que reconheçam que ensinamos ser também dom divino o início da fé, assim como o são a continência, a paciência, a justiça, a piedade e demais virtudes, sobre as quais não há discussão com eles.
Dou por terminado este livro, evitando agravar os leitores com um tratado tão difuso sobre um único assunto.