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sábado, maio 13, 2006

Capítulo 8

CRISTÃO ENCONTRA OS LEÕES E CHEGA AO PALÁCIO BELO


Em meu sonho, vi que ele apertou o passo e seguiu em frente, pensando em talvez arrumar pousada ali. Ora, logo adiante entrou por uma passagem bastante estreita e dali divisou, cerca de duzentos metros à frente, a casa do porteiro. Mas avançava com cuidado, observando atento o caminho e logo divisou dois leões. Agora, pensou consigo, vejo os perigos que fizeram Desconfiança e Timorato voltar por onde vieram. (Os leões estavam acorrentados, mas ele não via as correntes.)
Então teve medo e cogitou também ele voltar como os outros dois, pois acreditava piamente que a morte o esperava adiante. Mas o porteiro, que se chamava Vigilante1 percebendo que Cristão estacara, como se quisesse voltar, gritou-lhe dizendo:
- É sua força assim tão pouca? Não tema os leões, pois estão acorrentados e foram colocados aqui para testar a fé dos que a têm e para revelar aqueles que não a têm. Mantenha-se no meio do caminho e nada sofrerá.
Vi então que ele avançava, tremendo de medo dos leões, mas bem atento às orientações do porteiro. Ouviu o rugido das feras, mas elas não o tocaram. Então bateu palmas e seguiu adiante até alcançar o portão onde estava o porteiro. Disse Cristão:
- Senhor, que casa é esta? Posso passar a noite aqui?
- Esta casa foi construída pelo Senhor do morro, e ele a ergueu para alívio e segurança dos peregrinos - respondeu o porteiro, que também lhe perguntou de onde vinha e para onde ia.
cris. - Venho da Cidade da Destruição, e sigo para o monte Sião, mas como o sol já se pôs, pretendo, se puder, pousar esta noite aqui.
por. — Qual é o seu nome?
cris. — Meu nome é Cristão, mas antes eu me chamava Desditoso. Procedo da linhagem de Jafé, a quem Deus convenceu a habitar nas tendas de Sem.
por. — Mas por que é que você chegou tão tarde, já posto o sol?
cris. — Eu teria chegado mais cedo, mas, ah, como sou desventurado! Dormi debaixo do caramanchão ali na encosta do morro, mesmo assim, se fosse só isso, eu teria chegado aqui bem mais cedo, só que durante o sono perdi meu testemunho e sem ele vim até o cume do morro. Depois procurei-o e, não o encontrando, vi-me forçado, com pesar no coração, a voltar ao lugar onde dormi e ali o encontrei. Por isso só agora chego.
por. - Bom, vou chamar uma das virgens da casa e ela, caso se agrade da sua conversa, o levará ao resto da família, segundo as regras da casa. — E o porteiro Vigilante tocou um sino. Logo depois surgiu à porta da casa uma donzela linda e séria, de nome Discrição, perguntando por que fora chamada.
- Este homem vem da Cidade da Destruição e segue rumo ao monte Sião, mas está exausto e, surpreendido pela noite, pediu-me pouso. Disse-lhe, então, que a chamaria e que, depois de conversar com ele, você faria o que lhe parecesse melhor, segundo a lei da casa.
Então ela perguntou a Cristão de onde vinha e para onde ia e ele lhe respondeu. Perguntou-lhe também como entrara no caminho e ele lhe respondeu. Depois ela quis saber o que vira e com o que se deparara no caminho e ele lhe contou. Por fim, perguntou o nome dele, ao que respondeu:
- Cristão. Meu desejo de pousar aqui é ainda maior porque, pelo que percebo, este lugar foi construído pelo Senhor do morro para alívio e segurança dos peregrinos.
Ela então sorriu, mas aos olhos lhe brotavam lágrimas. Após breve pausa, disse:
- Vou chamar mais duas ou três pessoas da família. — E, correndo até a porta, chamou Prudência, Piedade e Caridade, que, depois de mais alguma conversa com ele, o aceitaram na família. Muitos dos que o receberam à porta da casa diziam:
- Entra, bendito do Senhor. Esta casa foi construída pelo Senhor do morro com o propósito de abrigar os peregrinos.
Ele então inclinou a cabeça, em respeito e os seguiu para dentro de casa. Já lá dentro, sentado, deram-lhe algo de beber e decidiram em consenso que, até estar pronta a ceia, um ou dois deles teriam uma conversa particular com Cristão, para melhor aproveitamento do tempo. Designaram Piedade, Prudência e Caridade para a tarefa, as quais assim começaram:
pied. - Meu bom Cristão, já que fomos tão amáveis com você, recebendo-o em nossa casa esta noite, que tal conversarmos sobre tudo o que lhe aconteceu na sua peregrinação? Creio que isso será proveitoso para todos nós.
cris. - E de muito bom grado que o faço e com satisfação vejo quanta bondade vocês têm para comigo.
pied. - Afinal o que o motivou a lançar-se à vida de peregrino?
cris. - Saí da minha terra natal em virtude de um alerta terrível que me soava nos ouvidos: que inevitável destruição pairava sobre mim se permanecesse naquele lugar.
pied. - Mas por que você saiu da sua terra justo por este caminho?
cris. - Foi vontade de Deus pois, quando os temores da destruição me atormentavam, não sabia aonde ir. Mas por acaso veio ter comigo um homem (quando eu me achava tremendo e chorando), de nome Evangelista, que me orientou rumo à porta estreita e assim me colocou no caminho que veio dar directamente nesta casa. Sem a ajuda dele, sei que jamais teria tomado esse caminho.
pied. - Mas você não passou pela casa de Intérprete?
cris. - Sim e lá vi coisas cuja lembrança permanecerá comigo enquanto eu viver, especialmente três delas: que Cristo, apesar de Satanás, conserva no coração sua obra da graça; que o homem pecou tanto que, para ele, não há esperança além da misericórdia divina; e também o relato daquele que pensou, sonhando, ter chegado o Dia do Juízo.
pied. - Por quê? Ele lhe contou seu sonho?
cris. - Sim e que sonho horrível, pensei. Deu-me uma dor no coração enquanto ele me contava o sonho, mas mesmo assim estou feliz por tê-lo ouvido.
pied. - E isso foi tudo o que você viu na casa de Intérprete?
cris. - Não, ele me levou para um lugar de onde me mostrou um palácio imponente, e lá dentro as pessoas trajavam ouro. Chegou por lá um homem ousado, que abriu caminho pêlos guardas armados que vigiavam a porta e tentavam impedi-lo. Esse homem foi convidado a entrar para receber glória eterna. Acho que essas coisas me arrebataram o coração. Eu bem poderia ter ficado na casa daquele bom homem um ano inteiro, mas sabia que tinha de seguir viagem.
pied. - E o que mais você viu pelo caminho?
cris. - O que vi? Bom, avancei um pouco mais e vi aquele que, como eu imaginava, pendia do madeiro, sangrando. A mera visão dele fez o fardo cair das costas (pois eu gemia debaixo de um fardo extenuante, mas então me vi livre dele). Para mim foi algo esquisito, pois jamais vira tal coisa antes. E... e enquanto eu estava ali de pé olhando para cima (porque não conseguia tirar os olhos dele), aproximaram-se de mim três Seres Resplandecentes. Um deles testificou que meus pecados estavam perdoados; outro me tirou os farrapos e deu-me esta capa bordada que você vê; e o terceiro gravou este sinal que você vê na minha testa e deu-me ainda este rolo selado.
- Dizendo isso, Cristão tirou o rolo de junto ao peito.
pied. - Mas você viu mais que isso, não foi?
cris. - As coisas que lhe contei foram as melhores. Mas vi também outras. Vi, por exemplo, ao passar, três homens – Simplório, Indolência e Presunção – adormecidos ao longo do caminho, com grilhões nos tornozelos. Mas pensa que eu consegui acordá-los? Vi também Formalista e Hipocrisia pularem o muro para seguir, segundo pretendiam, até Sião, mas logo se perderam, como de fato eu lhes havia dito, sem que me acreditassem. Porém, acima de tudo, tive de me esforçar muito para subir este morro e foi igualmente difícil passar ao lado das bocas dos leões. Na verdade, não fosse por esse bom homem, o porteiro que guarda a entrada, não sei se não teria decidido voltar. De qualquer modo agora agradeço a Deus por estar aqui e agradeço a vocês por terem me recebido.
Então Prudência achou conveniente fazer-lhe algumas perguntas e desejou que ele as respondesse.
prud. - Você às vezes não pensa na terra de onde veio?
cris. - Penso, mas com muita vergonha e ódio. Na verdade, se eu não tivesse tirado da cabeça aquela terra desde que de lá saí, poderia ter tido oportunidade de voltar. Mas agora desejo uma terra melhor, ou seja, terra celestial (Hb.11:15-16)
prud. - Você ainda não continua tolerando algumas das coisas com que estava familiarizado antes?
cris. - Continuo, mas muito contra a minha vontade, especialmente os pensamentos íntimos e carnais, com que todos os meus conterrâneos, como também eu mesmo, nos deleitávamos. Mas agora todas essas coisas me doem e, pudesse eu escolher meus próprios pensamentos, preferiria jamais tornar a pensar nelas. Porém, quando quero fazer o que é melhor, vejo que as piores coisas estão ainda em mim.
prud. - Você não acha que às vezes essas coisas parecem dominadas, mas outras vezes ainda lhe são embaraço?
cris. - Acho, mas isso é raro. Porém, quando me acontece, para mim são horas preciosas.
prud. - Você consegue se lembrar por que é que às vezes as contrariedades lhe parecem dominadas?
cris. - Sim. Quando penso no que vi diante da cruz, por exemplo; quando olho a minha capa bordada; também quando leio o rolo que trago junto ao peito; e ainda quando a ideia do lugar aonde vou me estimula.
prud. - E o que é que o faz tão desejoso de ir até monte Sião?
cris. - Bem, lá espero ver bem vivo aquele que, morto, vi pendurado na cruz; e ali espero livrar-me de todas essas coisas que até hoje estão em mim e que me são aborrecimento. Lá, dizem, não existe morte e lá viverei com a companhia que mais me agrada. Para dizer bem a verdade, só posso mesmo amá-lo, pois foi ele quem me aliviou o fardo. Estou cansado da enfermidade que trago cá dentro; prefiro estar onde não morrerei mais, ao lado daqueles que continuamente bradam: "Santo, Santo, Santo"
-. Então Caridade tomou a palavra e perguntou a Cristão: - Você tem família? E um homem casado?
cris. - Tenho mulher e quatro filhos pequenos.
car. - E por que não os trouxe consigo?
cris. - Ah, como gostaria de ter feito isso — disse entre lágrimas — Mas todos eles foram absolutamente contrários à minha peregrinação.
car. - Mas você deveria ter conversado com eles e se empenhado em mostrar-lhes o perigo de ficar para trás.
cris. - Pois foi o que eu fiz. Disse-lhes também que Deus me havia revelado a destruição da nossa cidade, mas eles pensaram que estava gracejando (Gn.19:14) e não me deram crédito.
car. - Mas porventura pediu a Deus que abençoasse o conselho que você lhes dava?
cris. - Pedi e isso com muito amor, pois acredite: minha mulher e meus pobres filhos me eram muito caros.
car. - Mas você lhes falou do pesar que sentia e do medo da destruição? Pois suponho que a destruição lhe era bastante visível, não?
cris. - Era e sempre mais. Talvez eles vissem também os temores no meu rosto, nas minhas lágrimas e também nos tremores que eu tinha por causa da apreensão diante do juízo que pairava sobre nossas cabeças. Nada disso, porém, foi suficiente para fazê-los vir comigo.
car. - Mas qual a razão que eles alegaram para não vir?
cris. - Bom, minha mulher tinha medo de perder este mundo e meus filhos se apegavam aos loucos prazeres da juventude. Assim, aquela por um motivo, estes por outros, eles todos me deixaram partir assim sozinho.
car. - Mas será que, com sua vida fútil, você não contrariou tudo o que, com palavras, usava para tentar convencê-los a acompanhá-lo?
cris. - Realmente a minha vida não é digna de elogios, pois tenho consciência das minhas muitas faltas. Aliás, sei também que o homem, pela sua conduta, pode logo derrubar aquilo que por argumentos ou persuasão tenta impor aos outros, para o próprio bem deles. Mas isto posso dizer: eu tomava todo o cuidado para não lhes dar motivo, por qualquer ato indecoroso, de ter aversão à peregrinação. Sim, e por isso mesmo eles me diziam que eu era rígido demais, que eu me privava de coisas (por causa deles) nas quais eles não viam mal nenhum. Não, acho que posso dizer que, se em mim viram algo que realmente os deteve, era a grande dor que me afligia ao pecar contra Deus ou fazer algum mal contra o meu próximo.
car. - De facto Caim odiava seu irmão por que suas próprias obras eram más e as de Abel, justas (1 João 3:12). Se sua mulher e filhos se ofenderam com você por isso, mostraram-se assim implacáveis diante do bem. Mas você libertou a sua alma (Ez.3:19) do sangue deles2.
Então vi no meu sonho que assim ficaram conversando até ficar pronta a ceia. E estando eles também prontos, sentaram-se à mesa. Ora, a mesa estava posta com belos pratos e vinho também muito fino; e toda a conversa durante a ceia foi sobre o Senhor do morro, a saber, sobre o que ele fizera e por que fez o que fez, e por que construíra aquela casa. E pelo que disseram, percebi que ele fora um grande guerreiro, que combatera e matara aquele que tinha o poder da morte (Hb.2:14) não sem que ele mesmo corresse grande risco, o que me fez amá-lo ainda mais.
Pois, como disseram eles, e como creio eu (disse Cristão), ele o fez com perda de muito sangue; mas o que espalha a glória da graça em tudo o que ele fez é o fato de tê-lo feito por puro amor pela sua terra. Aliás, alguns da casa disseram que o haviam visto e também conversado com ele depois da sua morte na cruz. Atestaram ter ouvido da sua própria boca que ele ama tanto os pobres peregrinos que, de leste a oeste, não se acha amor igual.
Além disso, deram como exemplo daquilo que afirmavam o seguinte: ele havia se despido da própria glória para isso fazer pêlos pobres; e disseram tê-lo ouvido falar e afirmar que não habitaria só na montanha de Sião. Disseram, ainda, que ele de muitos peregrinos fizera príncipes, embora por natureza tenham nascido mendigos e sua origem fosse o monturo (1 Sm.2:8; SI 113:7).
Assim conversaram até tarde da noite e, após orar pedindo a protecção do Senhor, foram afinal repousar. O peregrino, acomodaram-no num amplo quarto no andar de cima, cuja janela dava para o nascente. O nome do quarto era Paz, onde dormiu até o raiar do dia. Então acordou e cantou:
Onde estou agora? Será isso o zelo divinoO amor de Jesus por aquele que é peregrino?Tantas coisas dá! Até perdão ao réuQue habita já nas vizinhanças do próprio céu.
Então, de manhã, todos levantaram e, conversando, disseram-lhe que não partisse sem antes ver as raridades da casa. Primeiro levaram-no até a biblioteca, onde lhe mostraram documentos de grande antiguidade. Se bem me lembro do meu sonho, mostraram-lhe antes de tudo a ascendência do Senhor do morro, que era filho do Ancião de Dias e veio à existência por eterna geração. Ali também se achavam mais plenamente registrados os actos que ele executara, os nomes das muitas centenas que ele tomara para seu serviço e como ele os havia posto em moradas que jamais seriam destruídas, nem pela passagem dos dias nem pela degeneração da natureza.
Então leram para ele alguns dos actos meritórios que alguns dos seus servos haviam feito: como subjugaram reinos, executaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas de leões, aplacaram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza extraíram força, agigantaram-se na luta e fizeram bater em retirada exércitos de estrangeiros (Hb.11:33-34).
Depois leram ainda noutro volume dos documentos do lugar um trecho em que se mostrava que o Senhor se dispõe a receber na sua graça todas as pessoas, mesmo aquelas que no passado tenham feito grande afronta à sua pessoa e aos seus caminhos. Ali também estavam diversas histórias de muitas outras coisas famosas, e de todas elas Cristão teve um vislumbre, de coisas antigas e modernas, além de profecias e predições de acontecimentos que seguramente se cumprirão, tanto para pavor e espanto dos inimigos quanto para consolo e alívio dos peregrinos.
No dia seguinte o levaram à armaria, onde lhe mostraram toda sorte de apetrechos que seu Senhor providenciara para os peregrinos: espada, escudo, capacete, couraça, toda oração e calçados que não se gastam. E ali havia o bastante para equipar tantos homens ao serviço do Senhor quanto as miríades de estrelas que há no céu.
Também lhe mostraram alguns dos objectos com que alguns dos seus servos haviam feito prodígios. Mostraram-lhe a vara de Moisés; o martelo e o cravo com que Jael matou Sísera; também os cântaros, as trombetas e as tochas com que Gideão fez bater em retirada os exércitos de Midiã. Então lhe mostraram a aguilhada de bois que Sangar usou para matar seiscentos homens. Ainda, a queixada com que Sansão fez tamanhas proezas. Mostraram-lhe, além disso, a funda e a pedra que Davi usou para matar Golias de Gate, e a espada também com que seu Senhor irá matar o homem de iniquidade, no dia em que há de erguer-se para o Juízo.
Apresentaram-lhe, ademais, muitas coisas excelentes e Cristão se admirou bastante com elas. Isso feito, já era hora de dormir.
Então vi no meu sonho que, de manhã, ele levantou decidido a seguir viagem, mas quiseram que ele ficasse até o dia seguinte, e disseram:
— Se o tempo estiver bom, vamos lhe mostrar as Montanhas Aprazíveis.
Era algo que, segundo disseram, lhe traria ainda mais ânimo, pois as montanhas ficavam mais perto do refúgio desejado do que o lugar onde estava então. Ele aceitou o convite e ficou.
Já alto o sol, levaram-no até o terraço da casa e lhe apontaram o sul e eis que, a grande distância, ele viu uma região montanhosa das mais lindas, embelezada com matas, vinhedos, frutas de todas as espécies, flores também, com riachos e fontes – tudo muito aprazível de olhar.
Cristão perguntou o nome daquela terra e lhe disseram que era a Terra de Emanuel, região à qual todos os peregrinos tinham livre acesso, tanto quanto o morro onde estavam. E quando você chegar lá, poderá ver o portão da Cidade Celestial, pois os pastores que moram ali vão mostrá-lo a você.
Ora, ele se lembrou então de que era hora de partir e todos concordaram.
- Mas primeiro – disseram – vamos novamente até a armaria.
E para lá se dirigiram e, chegando, o aparelharam da cabeça aos pés com apetrechos da mais alta qualidade e resistência, talvez para enfrentar os perigos do caminho.